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América — 29 Agosto, 2023 at 12:24 p.m.

Pena de 25 anos de prisão para os militares que assassinaram Víctor Jara em 1973

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O caso de Jara, militante do Partido Comunista e colaborador do governo da Unidade Popular do ex-presidente socialista Salvador Allende, era um dos mais importantes casos pendentes na justiça chilena.O Supremo rejeitou os argumentos da defesa contra a sentença proferida pelo Tribunal de Recurso em novembro de 2021, que condenou Raúl Jofré González, Edwin Dimter Bianchi, Nelson Haase Mazzei, Ernesto Bethke Wulf, Juan Jara Quintana e Hernán Chacón Soto a 25 anos de prisão pelo homicídio e sequestro do músico e também do diretor dos Serviços Prisionais na altura, Littré Quiroga. “Os factos descritos (…) são reais, pois ocorreram em lugar e tempo determinados e estão acreditados, legalmente acreditados através dos meios de prova”, afirmou o tribunal na segunda-feira, numa sentença unânime.

Mural dedicado ao militante comunista e cantor chileno Victor Jara, torturado até à morte pola ditadura militar

 

Jara foi detido em 12 de setembro de 1973, um dia após o golpe de Estado, e morto pouco depois.

O regime do General Augusto Pinochet (1973-1990) durou 17 anos e deixou mais de 40.000 vítimas, entre executados, desaparecidos, presos políticos e torturados, bem como mais de 3.200 opositores mortos por agentes do Estado. Entre eles, o cantor e compositor Victor Jara. O julgamento final tem lugar 15 dias antes de o Chile comemorar o 50º aniversário do golpe de Estado e no meio de uma forte polarização social sobre a versão oficial dos acontecimentos de 11 de setembro de 1973 e dos anos subsequentes da ditadura. “O Tribunal, além de se referir à questão processual, tem a delicadeza de explicar os casos e os factos (…) As sentenças judiciais têm um papel reparador quando não só condenam os culpados, mas também contam as histórias das vítimas”, afirmou o ministro da Justiça, Luis Cordero, após tomar conhecimento da decisão.

O caso de Jara, militante do Partido Comunista e colaborador do governo da Unidade Popular do antigo Presidente socialista Salvador Allende (1970-1973), era um dos mais importantes que a justiça chilena ainda não havia encerrado. Referência da “Nova Canção Chilena”, o artista foi transferido e torturado no Estádio Chile, onde se encontravam mais de cinco mil detidos, tendo o corpo sido encontrado junto ao Cemitério Metropolitano a 16 de setembro e enterrado de forma clandestina dois dias depois.

Em dezembro de 2009, a justiça chilena ordenou a exumação dos restos mortais de Jara, para 36 anos após a morte serem enterrados numa homenagem oficial e maciça em que participou a antiga Presidente chilena Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018).

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