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Editorial, Politica espanhola — 27 Maio, 2020 at 1:37 p.m.

Deep State flutua novamente

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A decisão do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, de demitir De los Cobos causou uma tempestade política em Madri. O motivo é um relatório da Guarda Civil  baseado na manipulação de depoimentos, censura parcial de documentos e omissão de evidências relevantes que apontam para a possível responsabilidade criminal do Dr. Fernando Simón e do Ministro Salvador Illa por permitir as manifestações de 8 de março, quando havia risco de infecção por coronavírus. A mesma metodologia nesgada aplicada contra o independentimso galego e o Procès catalão

Defender a própria posição de privilégio define a qualquer Estado. Quando  a posiçao é defendida por qualquer médio é porque que há policiais patrióticos. ou tribunais onde se aplica  a lei de incriminaçao do inimigo. É o chamado Deep State ou Estado profundo(os poderes facticos, a constituição material ou poder real) composto por altos funcionários e instituições, como o Tribunal de Contas, e quando é especialmente poderoso nas forças de segurança do estado e especialmente na Guarda Civil, que devido à sua natureza militar e presença capilar no território sempre atuou como um contra-poder.

Não foi  por acaso que o último golpe militar na Espanha foi liderado por membros do instituto armado. Bem, se alguém representa esse perfil de um oficial que vai longe demais em nome de valores profundamente reacionários, esse é o coronel Diego Pérez de los Cobos, conhecido por ser responsável pela mais vergonhosa intervenção policial do 1-O na Catalunha, mas também  é de justiça não esquecermos que Pérez de los Cobos, valedor da ditadura e voluntario no 23-F, é co-reponsável da #OperaciónJaro contra o independentismo galego.

Visto de fora, semelha um exagero do ministro, uma interferência inaceitável em um órgão que atuava como polícia judiciária. Mas, conhecendo Pérez de los Cobos e o funcionamento do estado profundo, não há dúvida de que agora deve haver uma parte mobilizada em diferentes frentes, especialmente a judiciárioa, para acabar com o governo “social comunista” do PSOE e de Unidas Podemos, neste caso. aproveitando a pandemia pela covid-19. E são os cidadãos com seu voto, ou se necessário através de uma moção de censura, que devem julgar a administração da crise de saúde pelo executivo. Em caso algum deve ser uma justiça altamente politizada, como foi visto no caso do processo catalão, que ocupa um espaço que não é próprio, porque isso põe em risco os fundamentos básicos da democracia formalmente emprazada. O paradoxo é que alguém tão próximo do estado profundo como Grande-Marlaska vén  de sofre as  consequências de fazer parte de um governo que não é do agrado desses contrapartes.

Desde uma perspetiva galega é mesmo interessante porque mostra o que as forzas soberanistas de esquerda das nações sem estado e a esquerda libertaria espanhola alertaram: quando esses poderes fossem ameaçados de alguma forma, eles não apenas iriam contra as forças soberanistas, a esquerda  e os processos democráticos de decisão, o que certamente é o risco mais imediato para sua sobrevivência, mas também contra quem ousara questionar sua supremacia.

Agirá o governo “rotundamente progressista” contra esse estado profundo para fazer do estado espanhol uma democracia homologável onde poder decidir polos votos qualquer cousa sem produzir presos políticos, sem policiais patrióticos e sem  tribunais que seguem o direito penal do inimigo?

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