A iniciativa contou com o apoio majoritário da Comissão de Cultura do Congresso estadual, exceto polo voto contra da extrema direita do Vox, após a elaboração de uma emenda transacional. O acordo abrange a transferência temporária e abre a possibilidade de o manuscrito ser depositado definitivamente numa instituição cultural pública sediada na Galiza. Neste sentido, o deputado do BNG, Néstor Rego, disse que este “é o primeiro passo” e que a organização nacionalista “continuará a trabalhar para conseguir o regresso ao povo galego de forma permanente”.
o Bloco Nacionalista Galego conseguiu que fosse aprovada na Câmara Baixa a iniciativa que insta o Governo do Estado a transferir o manuscrito para uma instituição cultural galega e a realizar uma promoção e divulgação campanha “que permitam um conhecimento mais amplo da obra”. Da mesma forma, abre-se a porta ao facto de, independentemente da titularidade do manuscrito, a obra permanecer em depósito permanente numa instituição cultural pública sediada na Galiza.
“Este códice é essencial para a literatura galega e tem um enorme valor simbólico. Este é um dos mais extensos manuscritos em prosa da literatura medieval galega, que são a prova viva da história e da cultura galega, da importância e do peso que o galego teve na Idade Média como língua de um dos Reinos com maior peso no período medieval: o Reino da Galiza”, sublinhou Rego.
O manuscrito que se encontra atualmente na Biblioteca Nacional de Madrid, tem 650 anos e faz parte do ciclo de Tróia, um dos ciclos narrativos de maior sucesso na literatura medieval. Sua fonte original seria o Roman de Troie, escrito em francês por Benoît de Sainte-Maure. A sua versão galega conserva-se num manuscrito de 1373, obra de Fernán Martís, capelão de Fernán Pérez de Andrade, O Boo.
Essa obra deve ficar em Galicia! Viva a Língua Galega! Viva a Literatura Galega!