O mapa era uma tarefa para seu mestre João Bautista Lavanha e eventualmente teve que assumir o controle ele mesmo. Filipe IV pretendia ter uma descrição precisa dos principais portos de seu imperio peninsular. E para isso, Teixeira percorreu toda a costa da península Ibérica durante sete anos, entre 1622 e 1629.
Há quase 400 anos, Pedro Teixeira empreendeu, desde 1622, o programa pictórico de fixação dos principais portos de Espanha e Portugal. Foi encomendado por Philip IV, King Planet, o último a governar os dois países ibéricos juntos. E seu nível de detalhamento, seu estilo peculiar e sua perspectiva deram fama ao seu trabalho, mesmo perdido por séculos, até ser recuperado numa biblioteca em Viena.
Discípulo de João Bautista Lavanha, que lecionou na Academia Real Mathematica em Madrid era filho do também portugués Luís Teixeira, geógrafo que participou nos Descobrimentos Portugueses. O filho apoiou-se primeiro pela artilharia, para passar depois a se tornar experiente em fortificações militares. E, da arquitetura e da geometria, passou para a geografia.
Da Galiza, conservam-se 18 planos, abrangendo a costa da Corunha, Arousa, Baiona, A Guarda, Cíes, Camarinhas, Betanços, Ortigueira, Corcubiao, Cedeira, Corme e Laje, Ferrol, Pontevedra, Muros e Noia, Ribadeo, Fisterra , Viveiro e Vigo.
O Conselho da Cultura Galega publicou a “Descrição da Espanha e das costas e portos de seus reinos” . Consistia em duas partes: uma cartográfica e outra literária, com informações sobre história, população e geografia. Esta parte foi a única preservada, até que os mapas apareceram em arquivos em Viena. Alguns acreditam que esses planos foram roubados polo arquiduque Carlos, pretendente ao trono da Espanha na Guerra da Sucessão Espanhola. Porque, além de fermosos, também contêm informações militares moi relevantes.Cada um desses mapas é acompanhado por uma descrição das particularidades geográficas, econômicas e militares da área coletada, uma vez que o objetivo deste atlas náutico era servir como guia para realizar o bloqueio marítimo e comercial de Portugal, reino incorporado à monarquia hispânica por Filipe II em 1580, mas num estado de rebelião de 1 de dezembro de 1640
O Atlas consistia em 173 páginas, com 116 imagens coloridas de mapas da Espanha e do mundo, bem como os brasões de seus reinos, províncias e senhorios. As imagens incluem 11 de Guipúzcoa; 5 de Biscaia; 5 de Castela; 9 de Leão; 19 da Galiza; 21 de Portugal; 16 da Andaluzia; 2 de Múrcia; 5 de Valência e 7 da Catalunha.
De Pedro Teixeira a sabemos que se ocupou durante os próximos 20 anos em trabalhos cartográficos de natureza militar na Catalunha e Aragão –durante 1648– e em Valência –em 1650–, além de desenhar o mapa mais conhecido da corte espanhola. Sem dúvida, um avanço do que depois vai ser o pormenorizado atlas náutico do almirante português António da Cunha e Andrada, “Descrição das Costas de Portugal desde a Galiza até Ayamonte”, empregando uma técnica de elaboração rigorosa e sua vocação incontornável de um instrumento militar ligado a crise hispano-portuguesa de 1640 e a dissolução do império luso-espanhol a que deu origem. Em todo o caso, o governo de Felipe IV não abandonou a preocupação de ter uma carta portuguesa à altura do que estava em jogo, e tendo em conta que a costa galega está representada com 19 mapas geográficos dos principais portos e de sua atividade comercial e importância económica.
Sedeira
A vila de Cedeira aparece representada com cerca e 7 torres (portas?), hoje desaparecidas e conservando apenas um pequeno vestígio;ao fondo o Rio Desteiro e o Puerto de Cao (Porto do Cabo, no caminho ancestral a Teixido); em primeiro plano, Cabo de Candieira. E não é lexível o escrito no Sarridal (Campo do Castro?) e na Chirlateira.O río de Loira aparece como río de Loura. O curioso é que fai navegável a vela Esteiro. Devia haver menos barra e o mar entraría a eito porque não devia estar tão colmatado.
