off
Comunidades Galegas, Galiza, Obituário — 24 Maio, 2021 at 7:47 a.m.

Morreu Xerardo Moscoso

by

O virus levou o Xerardo Moscoso, cantor e compositor, cofundador do Voces Ceibes, músico, ator, diretor de grupos teatrais do México e médico. Afirmou que a sua condição de galego nascido no estrangeiro deu-lhe elementos para viver sempre em franca indignação, o que consequentemente se reflecte no teatro que ele propôs como realizador em México. Algo  ignorado e relevado  agora por Xoan Rubia  é que sofreu apagamento por “roxo e maricón” no relato, no do PCE e até no próprio  de Voces Ceibes.

‘Leva os aforros pro banco’  foi publicado em 1976 e 1977 e uma das canções de Xerardo Moscoso, um dos fundadores do Voces Ceibes, um influente coletivo musical que estivo activo entre 1968 e 1974.Moscoso é um artista com uma carreira biográfica muito movimentada: nasceu no México, filho de emigrantes galegos, e estudou Medicina em Santiago de Compostela, ao mesmo tempo que se envolveu na loita contra Franco e o galeguismo. Na primeira metade dos anos 70 teve que se exilar para a Suíça (onde gravou parcialmente seu álbum ‘Accion galega’, com o apoio dum grupo de operários da construção e, quando voltou em 1976, descobriu que a militância política, por homossexual e ter nacionalidade  mexicana criava muitos tropeços tanto para atuar como para exercer a profissão de médico. No final, decidiu voltar ao país americano, onde já foi figurante de cinema (frequentou, por exemplo, Cantinflas), médico e diretor teatral.

Em 1973 foi ameaçado de morte numa rua de Pontevedra (“roxo cabrão, vas morrer”) polo falanxista ex-governador civil que sacou uma arma, e a intervenção das pessoa foi providencial para evitar uma tragédia.

Nos anos 60, participou em diversas produções teatrais universitárias e foi activo no PC. Em 1968 participou ativamente do movimento estudantil e graveu o seu primeiro álbum em galego em Barcelona (Edigsa-Xistral). Junta-se ao PC da Galiza.Membro fundador do coletivo de canções sociais Voces Ceibes. Fundador e diretor do grupo de teatro de língua galega Santa Compaña de Pontevedra. Em fevereiro de 1973, ele fugiu da Espanha para a França por motivos políticos. De outubro de 1973 a julho de 1976, morou, cantou  militou e trabalhou como médico em Genebra, na Suíça. Em 1976 ele voltou do exílio. Como estrangeiro, foi-lhe proibido cantar e de praticar medicina. A sua nacionalidade foi negada devido a antecedentes políticos. Em dezembro, expulsão da Espanha por cantar em um comício de anistia em Vigo. De 1977 a 1998, morou na Cidade do México. Estudos e trabalhos de atuação e direção: 1999-2008, Residência em Torreón, Coahuila, México. Diretor de palco e ator. Fundador e diretor artístico da Compañía Coahuilense de Teatro La Gaviota, AC.

Xoán Rubia afirma em “Pasaba por alí” ( Grial: revista galega de cultura, Vol. 58, Nº. 225-226, 2020) que Moscoso chegou a ser responsável de propaganda do PC em Pontevedra e do que foi expulsado, feito que vem sendo divulgado no Twitter pelo escritor Xavier Alcalá:

 

Em 2018, numa entrevista ele disse a Ricard Salvar : “En México soy gallego y de Galicia me expulsaron por ser mexicano (1977), porque cantaba la realidad gallega en gallego, mi lengua materna. Dada mi condición de «extranjero» en España, durante mi época de estudiante y sobre todo después de haber grabado mi primer disco, siempre en gallego, en Barcelona. Fui mucho más vulnerable a la represión y a las prohibiciones, hasta que tuve que huir hacia Francia (1972) por tener una petición fiscal para ir a la cárcel, al estar pendiente de un juicio contra José Antonio Puig Gaite, falangista destacado que quiso matarme con una pistola y que era conocido por su comportamiento duro dentro del fascismo pontevedrés. La repercusión de estos hechos, lógicamente unidos a mi condición de ser un gallego nacido en el extranjero, me han dado elementos para vivir siempre en franca indignación, que por consecuencia, se refleja en el teatro que propongo” (Assaig de Teatre nº.62-63-64.Monogràfic / IV. Els creadors)

E concluiu, visando a possibilidade de dirigir peças em galego em Cohauila (México):

He montado La Rosa de papel en el año 2000 y ahora estoy a punto de terminar Ligazón ambas de Valle Inclán, que estrenaremos en un par de meses. Aquí en Coahuila pocos gallegos quedamos; en mi ciudad, mi madre que tiene 93 años y un servidor, lo cual me limita para montar algo en lengua gallega. Me gustaría poner otra vez en Galicia algún día, “Os vellos non deben de namorarse” de Castelao, obra que monté en 1971 con un grupo de chavales campesinos y marineros de San Xoan de Poio en Pontevedra.

 

 

 

 

Grazas por leres e colaborares no Ollaparo !

Este sitio emprega Akismet para reducir o spam. Aprende como se procesan os datos dos teus comentarios.

off