A televisão galega ignorou a devolução do Paço de Meirás ao património público na sua grelha matinal durante o dia desta quinta-feira em que decorreu o acontecimento.Agora que a Xunta e o governo central estão apoiando o Meirás, talvez para não ter que enfrentar ante a audiência que tudo começou porque a sociedade civil, o povo galego, começou com a luta.
Enquanto a comissão judiciária chegava à propriedade para entregar as chaves ao Avogado-Geral do Estado, na televisão galega, falava-se de comida. A maior parte das canles com programas ao vivo intercalavam conexões, a TVG, no entanto, divulgou um capítulo do programa “Estache bo” com explicações detalhadas sobre a elaboração de um “pisto con xamón” e “bolachas do mar”.
O escritor Xavier Alcalá lembrava hoje nas redes sociais:”Hai moita xente que conserva as nóminas de pais e avós das que se descontaba “voluntariamente” unha cantidade para pagar o agasallo que “fixo” o señor Conde de las Fuerzas Eléctricas del Noroeste. Lembro unha, do pai dun amigo. Cobraba 200 pts./mes e descontábanlle 8″.
O Paço de Meirás já faz parte do patrimônio do estado.Os herdeiros do ditador entregaram a chave ao tribunal ontem quarta-feira e nesta quinta-feira, no mesmo edifício, a magistrada do tribunal de primeira instância número 1 de A Corunha, Marta Canales, a entregou ao advogado do estado Consuelo Castro Rey. Cumpre-se, assim, a execução provisória da sentença de 2 de setembro, na qual ficou acordado que o solar e os bens do interior eram bens públicos em virtude da venda que foi feita a Franco era fictício.
Para o activista da memoria histórica Emilio Silva: “A ocupação ilegal do Pazo de Meirás há 80 anos é gratuita para a família Franco”
O autarca de Sada, Benito Portela, disse que foi “um dia histórico após 82 anos” em que o Pazo está nas mãos dos Franco, e lembrou que o edifício e as leiras e terrenos que o rodeiam foram fruto de ‘uma’ doação pós-pilhagem ‘e que os residentes locais até tiveram que doar seu salário e terras para expandir a propriedade.
