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Agro, Movementos sociais, Política, Politica espanhola — 31 Xaneiro, 2020 at 11:33 a.m.

Violência policial contra labregos da Extremadura já não é sintoma

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Enquanto na quinta feira milhares de manifestantes participaram das manifestações realizadas pela CIG  para exigir a revogação das reformas trabalhistas e defender a indústria e o emprego na Galiza, ainda digerimos espancamentos da polícia em uma manifestação de agricultores e gandeiros estremenhos de Don Benito denunciando a asfixia do setor, com preços abaixo dos custos de produção.Disso sabem um bocadinho as granjas galegas produtoras de leite, na cauda do que se paga em todo o Estado.

A democracia espanhola não atura que alguns agricultores protestem contra um ministro socialista (seica querian falar com ele entrando no recinto da Feval) pelos preços pagos pelo trabalho e enviam a polícia a espancar neles. Isso também se aplica à polícia que bate naquelas pessoas que querem impedir um despejo ou quando sindicalistas protestan na frente de políticos por incumprimento e cinismo manifesto que xuices despois julgan em nome de uma comunidade pacificada, ese ideal da democracia liberal na que nada pode estar dividido.  Uma democracia doente na que a campesinhada e o proletariado não fazem mais parte da linguagem da mídia política.

As imagens desses labregos estremenhos espancados pela polícia são escandalosas. Impossível não lembrar o pedido do Parlamento da Extremadura de aplicar o 155 contra a Catalunha. Mas a quem elas escandalizaram quando a linguagem da emancipação  já tinha expulso palavras e noções que eram suspeitos de democracia liberal pacificada, quando não falamos mais de classes sociais como suspeito é falar sobre a luta de classes? É cousa de pasmo que políticos, teóricos e jornalistas da manutenção da ordem não tirem da dinàmica gaveta de valores neoliberais. Por exemplo, a “mediação”  e toda essa restra de termos como “positivo”, “otimizado”  ou  “pacificação consensual”  lançados a todo o universo pelos treinadores de “comunicação”.  Como não há “exploradores” que podem ser localizados (aqueles que antes eram chamados proprietários dos meios de produção-distribuição e propietàrios da terra, principais beneficiários da Política Agrícola Comum da União Europeia), também não há responsáveis por sua “exploração”, ou seja, dos baixos preços dos produtos na origem.  A Extremadura é a quarta que recebe a maior ajuda da PAC, depois da Andaluzia, Castilla León e Castilla La Mancha. Entre os indivíduos que recebem mais ajudas da PAC na Extremadura, encontramos a  aristocracia espanhola, os propietàrios da terra ( o 1%, concentra 20% dos subsídios agrícolas). Porém, acontece que a Espanha  não é um país com uma “civil, statutory law tradit”. Sempre á espreita de quem criar “el clima de violencia”,  “saltar el cordón de seguridad” e a “provocación violenta de una minoria”. No final, a culpa será sua e jà culparam os incidentes de Don Benito por “descontrolados”, dos quais a polícia “se defendeu”. Afinal, cada um é um empreendedor de si mesmo e incitar o Estado ao resgate é uma tentação fora da moda da “democracia accionarial”. E já se sabe que de acordo com a ortodoxia neoliberal a administração “não pode fixar nenhum preço”.Como sempre, mais para quem tem mais. Comunidade de intereses?

Existem padrões de violência que são confiados, especialmente se os comandantes da polícia souberem que no final ainda lhes darão uma medalha e um arrolo. Na Espanha, constitucionalismo começa a ser sinônimo de nacionalismo estatal e defesa do regime. Os labregos da Extremadura provam agora o que estamos dizendo há  tempo: a Espanha se instalou no autoritarismo. Xa avisamos: se eles fizeram isso cos entregues eleitores catalães – antes e depois com outros de aquí e acolá, ontem em Irunha- também podem fazer isso contigo.

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