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Literatura, Portugal — 3 Xuño, 2019 at 7:32 a.m.

Morreu Agustina Bessa Luís, criadora insuperável das letras portuguesas

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Em 2004, aos 81 anos, recebeu o mais importante prémio literário da língua portuguesa, o Prémio Camões.

Morreu nesta segunda feira, aos 96 anos. A notícia, avançada pela TSF, foi depois confirmada oficialmente pelo Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, uma associação sem fins lucrativos, criada pela família da autora, que pretende ser lugar de encontro de leitores e admiradores da sua obra.Tinha 96 anos. Estava longe da vida pública devido a razões de saúde.Em sua longa carreira, a escritora editou romances, peças de teatro, histórias infantis e ensaios biográficos. Sobre os seus livros, ela disse: “É uma confissão espontânea que coloco no papel.” Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu em 15 de outubro de 1922 em Vila Meã, no município de Amarante. O seu pai, o empresário Arthur Teixeira de Bessa, era administrador do Casino da Póvoa de Varzim (um dos mais antigos de Portugal) e a sua mãe, Laura Jurado Ferreira, de origem zamorana.

Apesar de ter ficado conhecida como escritora, o primeiro amor de Agustina foi o cinema. Quando era pequena o pai tinha um cinema no Porto (o Jardim Passos Manuel, que depois deu lugar ao Coliseu do Porto). Arthur Bessa, tinha feito fortuna no Brasil, onde passou 25 anos. De volta a Portugal, comprou “uma parte da Rua do Ouvidor”. “Eram tempos airosos de fantasia para quem se fazia ao mundo”, disse na autobiografia O Livro de Agustinapublicado pela Guerra & Paz.

Foi naquela zona de Amarante que Agustina passou a infância, rodeada por livros da biblioteca do avô Lourenço e UM ambiente e paisagem que haverian de marcar a sua obra.Aprendeu a ler aos quatro anos, com a professora D. Inês, “uma mistura de mulher de letras e dançarina de music-hall “, que se localizou até propriedade da Maia, onde vivia a família, para dar aulas ao irmao de Agustina, José Artur. Aquele irmão, o único que ela tinha, não fez dele uma grande companhia. “Para ser cunhado, só o irmão é muito solitário”, confessou em sua autobiografia. Por isso, logo descobriu nos livros uma verdadeira companhia. “Quando aprendi a ler, o mundo se tornou leve e passei a entender tudo.”

Quando era pequena o pai tinha um cinema no Porto (o Jardim Passos Manuel, que depois deu lugar ao Coliseu do Porto). Arthur Bessa, tinha feito fortuna no Brasil, onde passou 25 anos. De volta a Portugal, comprou “uma parte da Rua do Ouvidor”. Vários dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira.

Oriunda de uma família rural, desde cedo que Agustina Bessa-Luís se habituou a escutar histórias em torno da lareira. Além disso, sempre gostou dos autores de língua russa ( Gogol, Dostoievski) mas a francesa era a sua favorita, e Alexandre Dumas e Victor Hugo os autores de que mais gostava

Estreou-se como romancista três anos depois, com a novela Mundo Fechado, mantendo desde então um ritmo frenético de publicação que poucos escritores portugueses conseguiram igualar. Mandou o livro “aos escritores mais famosos” — Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Miguel Torga e Teixeira de Pascoaes. Todos lhe responderam “com entusiasmo”.

 

Prémio Eça de Queirós 

Foi em 1954, com a publicação de A Sibila, que Agustina se impôs como uma das grandes vozes da literatura portuguesa contemporânea. O sucesso da obra, pela qual recebeu o Prémio Eça de Queirós (atribuído anualmente pelo Secretariado Nacional de Informação, o antigo Secretariado de Propaganda Nacional), não pareceu ter entusiasmado o pai. “Ele pareceu um pouco desiludido. Os jogadores não gostam de ganhar.”

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