Em oito anos, embora durante esse período ele tenha expandido ainda mais sua lenda ao ganhar o Prêmio Nobel de Literatura,Dylan não publicou álbum. Finalmente, no dia 19, ele publica Rough and rowdy ways.
Nasceu em Duluth em 24 de maio, mas construiu sua identidade de adolescente a 160 quilômetros de distância, em Hibbing, uma cidade rural de Minnesota. Dedicado à mineração, era o lugar clássico em que nada acontecia: “Estava frio demais para ser rebelde por lá”, recordou Dylan em No direction home, o documentário sobre sua vida dirigido por Martin Scorsese. Lá, ele cresceu entre seis cordas e a obcecação pola música de Hank Williams, Johnny Ray ou Muddy Waters e que fugia daquela cidade o mais rápido possível.
Ele se familiarizou com a literatura beat (especialmente Jack Kerouac), o povo de John Jacob Niles e Odetta e mudou sua identidade: Robert Allen Zimmerman, seu nome real, era agora Bob Dylan, mais auto-imposto pela afinidade sonora com Dylan Thomas. Isso por seus versos. Não foi a única mudança. Ele substituiu o violão adolescente por um violão e viajou para Nova York.
Com 20 anos e ele queria fazer músicas como Woody Guthrie, a quem ele compulsivamente fazia a versão: “Ouvi-lo é uma lição de vida, ele era mais radical do que qualquer outra pessoa”, explicou. O pretensioso rapaz de21 anos acabou sendo premio Nobel de Literatura,mas de momento ele se estabeleceu em Greenwich Village, casa da boêmia e efervescência política.Porém,na altura, mais um, à sombra de figuras como Dave Van Ronk, Peter La Farge, Joan Baez e Pete Seeger, até que em 1962 ele conheceu John Hammond, seu descobridor, que lhe ofereceu um contrato com a Columbia Records. Ela ainda é a gravadora com quem trabalha hoje.
