off
Movementos sociais, Política, Portugal — 5 Outubro, 2015 at 8:05 a.m.

Em Portugal a direita continua governando, mas em minoria

by

A coligação de direitas Portugal à Frente (PàF), que integra o partido de Passos Coelho (PSD) e o do seu sócio de governação, liderado por Paulo Portas (CDs),  ganhou as eleições legislativas com o 39% de votos, com quase o 100% escrutinados, mas perde a maioria absoluta. O Bloco de Esquerda ficou por cima da CDU e obteve o seu melhor resultado de sempre. Os socialistas naufragaram com uma  esquerda dividida. Porém, a chave na nova Assembleia da Republica está nas mãos do PS. A abstenção atingiu o nível mais alto de sempre em legislativas (43,07%)


Parlamento de Portugal
Parlamento de Portugal

Ao contrário de Grécia e Espanha, não nasceu em Portugal uma alternativa capaz de ofuscar os partidos tradicionais e deixou o panorama ainda fragmentado. No entanto, pela primeira vez, o Partido Comunista (CDU) continua a ser a terceira força e passa na frente do partido irmão -nascido em 2000- o Bloco de Esquerda (BE), que obtém 10% dos votos. A bloquista, Catarina Martins conseguiu mobilizar o eleitorado mais jovem e obteve os melhores resultados da história . Ambas as partes, depois de uma campanha contra o PS, fez uma chamada ontem à noite em frente de esquerda contra a coalizão de direita. António Costa disse que não vai contribuir para opções negativas“.

Os resultados
A aliança de direitas Portugal à Frente (PàF), que integra o partido de Passos Coelho (PSD) e o do seu sócio de governação, liderado por Paulo Portas (CDs),  ganhou as eleições legislativas com o 39% de votos, com quase o 100% escrutinados, mas perde a maioria absoluta. O Partido Socialista (PS) de António Costa, em mudança, volta a naufragar após 4 anos. Não conseguiu se liberar da herança de José Sócrates, o primeiro ministro que verteu o país ao resgate e que actualmente vive sob detenção domiciliaroi por suposta fraude fiscal e blanqueig de capitais. Soma um 32% dos votos. Costa negou-se a demitir e anunciou que daria estabilidade à governação de Passos Coelho em troca de cumprir pontos do seu programa. Uma chatagem que não deixará passar. O efeito político dos resgates da troica, mesmo tendo em ambos os casos o status quo como o resultado final, deitam duas leituras opostas. Enquanto em Atenas os memoràndums produziram uma contínua crise política e até quatro eleições antecipadas, passando por uma governação de concentração dos partidos tradicionais em frente a Syriza, Lisboa viveu sem emenda os quatro anos de aplicação do resgate. E ontem, na mesma semana que o FMI abandonava os seus escritórios de Lisboa, os portugueses abençoavam o executivo conservador de Pedro Passos  Coelho nas urnas.
legisltivas2015_portugal_OLLAPARO

…na mesma semana que o FMI abandonava os seus escritórios de Lisboa, os portugueses abençoavam o executivo conservador de Pedro Passos  Coelho nas urnas.


Um prelúdio do caso espanhol

A relação de Portugal com o estado español não entrou em campanha, a diferença do resto de eleiçoes generais, em que Passos Coelho sempre fez campanha na contramão da conexão entre Lisboa e Madrid por AVE. Ontem, porém, Espanha sim que aparecia nas tertúlias portuguesas. O que passou às urnas se vê como um prelúdio do que o 20 de dezembro podem escolher os espanhóis. Se bem Podemos irrompia nas sondagems há um ano e uma possível governação de esquerdas via-se como alternativa aos cortes do governo de Mariano Rajoy, agora o barômetro do CIS já aponta a uma reeleição do PP com o apoio de Cidadãos.

A longa sombra do ‘corralito’ grego

Grécia entrou totalmente na campanha em Portugal. Antes do verão todas as pesquisas previam uma vitória para os socialistas. Mas depois do “corralito grego”, tudo começou a mudar. Passos Coelho apelou ao discurso do medo e alimentou temores de uma frente de esquerda se não for responsável por uma maioria absoluta. “A equipe do PS aliará com comunistas e bloquistas para que um governo extremista, a esquerda mais radical que existe em Portugal, poda, contra a vontade dos portugueses, governar” afirmou.

Mais um fator  a entrar em jogo em favor da direita. Em Portugal a abstenção voltou bater recorde. Ontem atingiu o maior na democracia. Quatro anos atrás, quando Passos Coelho prevaleceu e decidiu concordar com Paulo Portas, a taxa de abstenção foi de 42%, então o mais importante da democracia e semelhante as recentes  eleições gregas. 

As legistativas de ontem  serviu para comprovarmos que a maioria social tem interiorizado que a grave crise que atravessa Portugal é da  responsabilidade da gente e, por isso, terão de pagar a factura. O governo português, apesar do descontentamento geral, praticamente age sem oposição popular. Ontem, futebol e chuva, houve uma participação de apenas o 56,7%.

One Comment

  1. En Portugal o que vai gobernar é a Gran Coalición Dereita- PS. A dereita segue gobernando en Portugal gracias ó partido socialista de Portugal.
    En España a operación será PsoeCidadáns. http://www.publico.es/politica/pp-corrige-aznar-y-le.html
    O propio PP está dicindo que para nada Cidadáns lle vai botar unha man e que se fan “ojitos” co Psoe.

Deixa unha resposta a XoséCancelar a resposta

Este sitio emprega Akismet para reducir o spam. Aprende como se procesan os datos dos teus comentarios.

off